A viagem da governadora Yeda Crusius aos Estados Unidos é uma demonstração de que, quando queremos realizar algo de produtivo, não há oposição que impeça.
Ao contrário do que ocorre no governo federal, no qual qualquer questionamento que parta da oposição, por mais banal que seja, já é rotulado como golpismo, “urucubaca” ou qualquer outro adjetivo utilizado pelo singular vocabulário do presidente Lula.
Lá, no governo federal, a CPI da Petrobras foi tratada como uma tentativa póstuma do neoliberalismo de privatizar a empresa símbolo do neo-estatismo lulista.Aqui, CPIs são criadas a partir de matérias que foram retiradas dos arquivos para serem requentadas e oferecidas para a população como “um prato cheio”.
Movimentos sindicais retrógrados utilizam posições institucionais ocupadas pela oposição, e que deveriam ser tratadas com o mínimo de compostura estadista, para fazer tramitar no legislativo um esdrúxulo processo de impeachment.
Quando todos os recursos institucionais se esgotam, parlamentares arregimentam milícias de bárbaros para depredar o parlamento.Não obstante, o trabalho sério, sereno e competente continua.
O acordo com o Banco Mundial não é um mero empréstimo. Ele significa a conquista da credibilidade internacional de um governo que está reestruturando o estado. Cabe lembrar que para que os recursos sejam liberados o estado deve cumprir metas. Uma dessas metas é um novo plano de carreira para o funcionalismo público estadual.
Tal plano de carreira deve, dentro das limitações financeiras do estado, valorizar e prestigiar o funcionalismo público. Mas deve salientar também que este é um servidor dos cidadãos, e que o reconhecimento e a retribuição dos serviços prestados devem ser auferidos a partir da qualificação profissional.
Essa é apenas uma face do trabalho e das mudanças realizadas pela governadora.Podemos imaginar o potencial que poderia ser posto em prática, a serviço do cidadão, caso o ambiente político, ainda que ferozmente hostil, fosse pautado pelos parâmetros civilizatórios.Como isso não acontece nos resta apenas dizer que “a carruagem passa e os cachorros latem”.
*Professor de Ciência Política da UFSM
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