Ao mesmo tempo em que mudanças estruturais são efetuadas, com a incorporação de 3.800 novos integrantes da Brigada Militar, reduzindo-se assim um déficit histórico, o trabalho da governadora Yeda Crusius continua ofuscado por uma rede de intrigas que se retro alimenta de pseudos-fatos e de muita fofoca típica de conversa de comadre.
Ao longo dos últimos trinta anos, o número de policiais encarregados do policiamento ostensivo vinha seguindo uma curva ascendente de déficit. Em outras palavras, a relação entre número de policiais e número de habitantes era negativa, existindo menos policiais do que seria o recomendado.
As últimas incorporações colocaram a Brigada Militar gaúcha muito próxima do déficit zero, o que representa uma mudança estrutural e que somente foi possível devido ao trabalho de ajuste fiscal. Uma segunda conquista importante seria a viagem internacional para o fechamento do acordo com o Banco Mundial para a liberação da segunda parcela do empréstimo concedido ao Rio Grande do Sul.
Além desse compromisso, a governadora teria encontros com executivos da GM, empresa que está expandindo seus investimentos no Rio Grande do Sul, gerando milhares de empregos e alimentando a cadeia produtiva. Mas todas essas notícias foram ofuscadas por fatores ligados à disputa eleitoral exacerbada que ocorre no estado.
O primeiro desses factóides foi a celeuma provocada pela divulgação da aquisição de mobílias para a residência privada da governadora, que optou por não ocupar a residência oficial do governador.
Embora algumas dúvidas possam ser levantadas única e exclusivamente em relação à conveniência política de tais aquisições, não existe nenhum fato que aponte para uma ilegalidade ou uma imoralidade, como alguns estão tentando plantar na opinião pública, nesse fato, uma vez que tudo que foi adquirido será devolvido ao estado.
A única inconveniência política está no fato de que, por ingenuidade, a governadora não deve ter percebido que uma ação absolutamente legal e transparente poderia ser utilizada politicamente. O segundo factóide consiste na divulgação de um vídeo no qual supostamente o “equilibrado e coerente” vice-governador teria revelado detalhes de um caixa-dois na campanha de 2006.
Ora, se o vice-governador dispunha de tais informações, porque não as revelou antes?
Por fim, temos a inconformidade da oposição com o pedido de arquivamento do processo de impeachment da governadora, arquivamento este que já era previsto dada a inconsistência dos fatos.
Resultado: a governadora está sendo privada de colher os frutos do seu trabalho.
*Professor de Ciência Política da UFSM
Nenhum comentário:
Postar um comentário